Wagner diz que “Hamas deve ser exterminado” em sessão no Senado sobre ataques de 7 de outubro

O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou nesta terça-feira (7.out.2025) que o grupo Hamas “deve ser exterminado” durante sessão solene no Senado em homenagem às vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023, em Israel.
Filho de imigrantes judeus poloneses, Wagner — que é judeu — classificou os ataques de 2023 como “covardes” e defendeu distinção entre o Estado de Israel e o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. “O Hamas tem que ser exterminado, mas o governo de Israel, não. Hoje é um, amanhã será outro”, afirmou.
O senador também criticou medidas do governo Netanyahu e declarou que “o valor de uma vida humana não deve ser hierarquizado pela crença religiosa”. Wagner defendeu ainda a busca por diálogo e cessar-fogo, dizendo que “o acordo de paz está sendo feito com o Hamas. Só existe paz quando as partes beligerantes concordam em encontrá-la”.
O discurso foi recebido com aplausos moderados e alguns protestos no plenário. Jaques Wagner deixou a sessão logo após concluir a fala. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — que é judeu — não participou da sessão.
No pronunciamento, Wagner advertiu contra o fanatismo e a incapacidade de ouvir posições divergentes, e elogiou, de forma genérica, a atuação do governo federal: “O governo Lula age, certo ou errado, com pensamento de energia positiva”, disse. As declarações do senador vieram em um contexto de críticas mais amplas ao governo israelense também feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ocasiões internacionais, quando o chefe do Executivo brasileiro chegou a falar em “genocídio” na Faixa de Gaza e defender a criação de um Estado palestino.