Política

Viagem de Toffoli e Arruda Botelho em jatinho de empresário reacende debate sobre possível conflito de interesses

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, viajou para Lima, no Peru, a bordo de um jatinho privado ao lado do advogado Augusto Arruda Botelho, ex-secretário nacional de Justiça. Os dois foram ao país acompanhar a final da Copa Libertadores. A aeronave, que transportava 15 passageiros, também levou o ex-deputado Aldo Rebello. O voo foi oferecido pelo empresário Luiz Oswaldo Pastore, amigo dos participantes da viagem.

A repercussão do episódio aumentou porque Arruda Botelho atua na defesa de Luiz Antonio Bull, diretor de compliance do Banco Master e investigado na Operação Compliance Zero. Toffoli é o relator do procedimento que apura suspeitas envolvendo o banco. Informações apontam que, quando a viagem ocorreu, o caso ainda não havia chegado ao gabinete do ministro.

Questionados pelo jornal O Estado de S. Paulo, nenhum dos envolvidos aceitou comentar a situação.

Após receber o processo, Toffoli determinou sigilo integral a pedido da defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, que busca levar o caso ao STF. A medida foi tomada depois da apreensão de um envelope com o nome do deputado João Carlos Bacelar em um endereço ligado ao banqueiro, o que motivou o envio do caso ao Supremo por envolver parlamentar com prerrogativa de foro.

A Polícia Federal avalia que não há elementos que vinculem o deputado a irregularidades e que o negócio imobiliário citado por ele não apresenta indícios suspeitos. Apesar disso, Toffoli manteve o caso sob sua relatoria, o que levou a 10ª Vara Federal de Brasília a interromper o inquérito e remeter todas as medidas já autorizadas para revisão pelo ministro, incluindo quebras de sigilo e bloqueio de bens.

Redação com AE. Imagem reprodução STF.

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