União Brasil votará saída de ministros do governo Lula após cobrança por apoio

O União Brasil deve votar, na próxima quarta-feira (4), um requerimento que pede a saída dos ministros do partido do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta foi apresentada pelo vice-presidente da legenda, ACM Neto (BA), e será analisada pela Executiva Nacional.
O movimento ocorre após Lula cobrar publicamente um posicionamento mais firme dos ministros do Centrão em defesa do governo, o que, segundo ACM Neto, gerou “constrangimento”.
“Eu apresentei um requerimento para saída do União Brasil do governo. Foi necessário diante das últimas declarações e constrangimentos. Os ministros já sabem que isso será discutido”, afirmou ACM Neto em entrevista à Jovem Pan.
Risco de infidelidade partidária
Caso o requerimento seja aprovado e os ministros não entreguem os cargos, eles poderão ser enquadrados por infidelidade partidária. Atualmente, três ministérios são ocupados por nomes ligados ao União Brasil:
- Celso Sabino (Turismo) – defende sua permanência;
- Frederico de Siqueira Filho (Comunicações);
- Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) – filiado ao PDT, mas indicado pela cota do União.
Apesar da pressão, a avaliação da cúpula é de que a maioria dos integrantes da Executiva votará pela saída.
Repercussão no Centrão
A discussão também repercutiu em outras legendas. A senadora Tereza Cristina (PP-MS) afirmou que, caso o União Brasil decida romper com o governo, o Progressistas deve seguir a mesma linha.
“Temos que trabalhar no mesmo rumo. Se o União Brasil vai fazer essa reunião, o presidente, senador Ciro Nogueira, também deve seguir a mesma orientação”, declarou em evento do Lide, em Brasília.
Mesmo com a possibilidade de rompimento em nível nacional, a expectativa é de que a Executiva do União Brasil respeite os acordos regionais para as eleições de 2026, o que pode permitir apoio local à eventual candidatura de Lula à reeleição.
Montagem: Ricardo Stuckert/PR