Brasil

Trump suspende tarifas de 40% sobre produtos agrícolas do Brasil após negociações com governo Lula

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (20/11) um decreto que suspende as tarifas de 40% aplicadas desde julho sobre diversos produtos agrícolas brasileiros. A medida amplia a lista de exceções anunciada em julho e inclui itens como café, carne bovina, açaí, tomate, manga, banana e cacau. A suspensão é retroativa para mercadorias que chegaram aos EUA a partir de 13 de novembro, data de uma reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington.

Trump citou no decreto sua conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de outubro, quando ambos concordaram em iniciar negociações sobre as tarifas. O governo americano afirmou ter recebido recomendações internas para suspender parte das cobranças, destacando “progresso inicial” no diálogo com o Brasil. O Secretário de Estado continuará monitorando o tema e poderá recomendar novas medidas.

O governo brasileiro reagiu positivamente. Lula declarou que “ninguém respeita quem não se respeita” ao comentar o anúncio, e o Itamaraty disse receber a decisão “com satisfação”, destacando a disposição para continuar as negociações a fim de retirar o restante das tarifas. O assessor especial Celso Amorim afirmou tratar-se de “um passo na direção certa”.

A oposição, porém, atribuiu a decisão à necessidade dos EUA de conter a inflação, especialmente em setores dependentes de insumos importados e não ao trabalho diplomático do governo brasileiro. Eduardo Bolsonaro disse que “a diplomacia brasileira não teve mérito” na suspensão. Setores industriais e empresariais comemoraram, afirmando que a medida melhora a competitividade e abre espaço para avanços nas negociações sobre bens industriais.

A revisão tarifária ocorre em meio à pressão interna sobre Trump devido à inflação americana. O Brasil é o maior fornecedor de café aos EUA e um dos principais fornecedores de frutas e carne. As tarifas impostas em julho haviam reduzido exportações, como no caso do café, cuja entrada no mercado americano caiu 47% em setembro. A escassez de produtos como carne e café também pressionava preços nos EUA, influenciando a decisão de suspensão.

Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

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