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Tensão entre EUA e Venezuela aumenta após ultimato de Trump a Maduro

A relação entre Estados Unidos e Venezuela voltou a se deteriorar depois que Donald Trump apresentou um ultimato a Nicolás Maduro durante uma ligação realizada na semana passada. Segundo o jornal Miami Herald, o presidente americano propôs que Maduro deixasse o poder imediatamente em troca de garantias de segurança para ele, para a esposa Cilia Flores e para o filho do casal. A conversa não avançou e ocorreu em meio ao reforço militar dos Estados Unidos no Caribe.

Trump confirmou que falou com Maduro, mas evitou detalhar o conteúdo. A imprensa americana apontou que Brasil, Catar e Turquia atuaram como mediadores. Maduro teria solicitado anistia pelos crimes atribuídos a ele e queria preservar o controle das Forças Armadas, oferecendo em troca a convocação de novas eleições. Washington rejeitou as condições e manteve a exigência de saída imediata do líder venezuelano. Relatos indicam que Maduro tentou retomar o contato com Trump posteriormente, sem sucesso.

A crise se intensificou nos dias seguintes. Trump declarou que todo o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado fechado e fez o alerta a pilotos, companhias aéreas e grupos envolvidos em atividades ilícitas. A fala veio após a Administração Federal de Aviação alertar para riscos no sobrevoo da região. Como resposta, o governo venezuelano revogou os direitos de operação de seis companhias aéreas internacionais que haviam suspendido seus voos. Maduro acusou Trump de tentar derrubá-lo e disse que civis e militares resistirão a qualquer ofensiva.

A presença militar americana no Caribe aumentou desde setembro, com mais de uma dezena de navios de guerra e cerca de quinze mil soldados mobilizados. Os Estados Unidos dizem atuar contra o narcotráfico e relatam mais de vinte ataques contra embarcações suspeitas, que resultaram em oitenta e três mortes, enquanto surgem denúncias de execuções extrajudiciais. Washington nega as acusações e reafirma o caráter antidrogas das operações.

Nos últimos dias, o desaparecimento temporário de Maduro da agenda pública gerou rumores sobre uma possível fuga do país, mas ele reapareceu em Caracas durante um evento voltado ao setor cafeeiro. O presidente elogiou a economia venezuelana e afirmou que o país permanece indestrutível e imbatível, sem comentar a crise com os Estados Unidos.

A situação ganhou novos contornos após Maduro enviar uma carta à Organização dos Países Exportadores de Petróleo em que acusa os Estados Unidos de ameaças explícitas e de tentar tomar as reservas petrolíferas venezuelanas. O ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil Pinto, reafirmou que o país seguirá firme na defesa de seus recursos naturais. O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, acusou Washington de assassinato após Caracas confirmar a presença de venezuelanos entre os mortos nas ações americanas e anunciou a abertura de uma comissão parlamentar para investigar os casos.

O cenário segue marcado por tensão crescente, com o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do mundo, permanecendo no Caribe desde novembro. Trump afirma que operações terrestres contra traficantes venezuelanos devem começar em breve. Maduro nega qualquer vínculo com o narcotráfico e sustenta que os Estados Unidos usam o tema para justificar uma ofensiva contra seu governo.

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