Senado vota aumento de deputados federais; custo pode chegar a R$ 64,6 milhÔes ao ano
Proposta amplia nĂșmero de cadeiras de 513 para 531 a partir de 2027, contornando perdas regionais determinadas pelo Censo 2022

Uma semana apĂłs a derrubada de vetos que ampliaram o fundo partidĂĄrio e levantaram crĂticas sobre o impacto nas contas pĂșblicas, o Senado Federal se prepara para votar, nesta quarta-feira (25), uma proposta de aumento no nĂșmero de deputados federais, passando dos atuais 513 para 531 parlamentares a partir da prĂłxima legislatura. O custo estimado da medida Ă© de R$ 64,6 milhĂ”es por ano.
A proposta jĂĄ foi aprovada pela CĂąmara dos Deputados e Ă© liderada por Hugo Motta (Republicanos-PB). O texto busca atender Ă decisĂŁo do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a atualização da distribuição de cadeiras com base no Censo 2022. No entanto, o STF solicitava apenas uma redistribuição â e nĂŁo o aumento do total de parlamentares, como prevĂȘ o projeto.
Novas vagas para evitar perdas
A medida foi construĂda para evitar que estados percam representantes na CĂąmara, o que geraria repercussĂ”es polĂticas negativas. Em vez de retirar cadeiras de estados com redução proporcional da população, a proposta cria 18 novas vagas, beneficiando nove unidades federativas:
- Amazonas (+2)
- CearĂĄ (+1)
- GoiĂĄs (+1)
- Minas Gerais (+1)
- Mato Grosso (+2)
- ParĂĄ (+4)
- ParanĂĄ (+1)
- Rio Grande do Norte (+2)
- Santa Catarina (+4)
O relator do projeto, DamiĂŁo Feliciano (UniĂŁo Brasil-PB), defendeu que a perda de cadeiras poderia comprometer repasses federais e causar prejuĂzos polĂticos aos estados afetados. Segundo ele, o orçamento do Congresso Nacional suportaria o impacto fiscal da medida.
TSE pode redistribuir se Senado nĂŁo aprovar
Caso a proposta não seja aprovada até o dia 30 de junho, a responsabilidade pela redistribuição das cadeiras cairå nas mãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme decisão anterior do STF.
A votação serå acompanhada de perto pelos parlamentares, sobretudo os de estados em risco de perder representação ou que esperam ser beneficiados com as novas vagas.
Foto: Marcos Oliveira/AgĂȘncia Senado