Política

PT enfrenta resistências na base e sinalizações de isolamento político

O Partido dos Trabalhadores (PT) parece atravessar um período delicado, tanto em termos de popularidade quanto de articulação política, com reflexos diretos em Brasília e nos estados. A cada semana, surgem novos indícios de dificuldade para consolidar alianças, inclusive com partidos da própria base do governo.

Após PSD e Progressistas darem sinais de que não devem apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora é a vez de PSB e PDT demonstrarem distanciamento — dois partidos que, até aqui, formaram parte importante da sustentação do governo no Congresso e na narrativa política.

🔗 Impasse com o PSB

A proposta de incorporar o PSB à federação partidária formada por PT, PCdoB e PV não avança. E, segundo fontes em Brasília, o partido do vice-presidente Geraldo Alckmin já não quer mais atuar como coadjuvante, como em 2022. O PSB quer mais espaço, e em estados-chave, como São Paulo e Ceará, já se articula em direções opostas às do PT.

  • Em São Paulo, o PSB ambiciona disputar o governo estadual em 2026 com um nome próprio, como Márcio França, sem a sombra do petismo — especialmente após o desempenho “radicalizado” de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela capital.
  • No Ceará, o partido pode romper totalmente com o governo do petista Elmano de Freitas, unindo-se ao PDT de Ciro Gomes, hoje novamente cogitado como presidenciável.

⚖ Na Paraíba, o nó é triplo

Na Paraíba, o PSB governa com João Azevêdo, aliado de Lula, mas enfrenta obstáculos duros dentro do próprio campo lulista:

  • O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) é favorito de Lula para o Senado, mas vive em rota de colisão com João Azevêdo.
  • O ex-governador Ricardo Coutinho (PT) também se mantém como figura divisiva e ainda enfrenta obstáculos jurídicos.

Um possível embate Veneziano x João Azevêdo em 2026 pode implodir de vez qualquer tentativa de aliança formal entre os três partidos — PT, PSB e MDB —, pelo menos no estado.

🧭 Um bloco menos coeso

Com os aliados tomando rumos próprios e as federações partidárias emperradas, Lula pode enfrentar em 2026 um cenário de dispersão na esquerda, o que favorece adversários que conseguirem formar blocos mais homogêneos.

A tentativa de manter coesão nacional entre os partidos progressistas está em xeque, e o sonho de uma federação ampliada pode morrer antes mesmo de nascer — ou nascer já cheia de fissuras.

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