Paraíba

Progressistas em ebulição: crise interna opõe Cícero Lucena e Aguinaldo Ribeiro

Prefeito de João Pessoa ameaça deixar partido e deputado federal cobra lealdade ao grupo político

A frente fria que atinge o país nos últimos dias não alcançou os bastidores do Progressistas na Paraíba, onde o clima é de forte tensão. Um embate político entre o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro tem acentuado uma crise interna no partido.

O estopim do desentendimento foi a defesa de Cícero pela adoção de pesquisas eleitorais como critério para definir o candidato a governador da base governista. Em tom de alerta, o prefeito afirmou: “Se não for respeitado, vou tomar as medidas correspondentes ao desrespeito”. A declaração foi interpretada como um sinal claro de insatisfação e possível retaliação caso sua posição não seja considerada.

Além disso, convites recentes de outras siglas — como o PSDB, do ex-governador Marconi Perillo, e o PSD, ligado ao grupo Cunha Lima — acentuaram os rumores sobre uma possível saída de Cícero do Progressistas. A movimentação reforça a percepção de que o prefeito teme ser preterido na disputa pelo Governo da Paraíba em favor do vice-governador Lucas Ribeiro.

Diante disso, Aguinaldo Ribeiro — geralmente discreto — resolveu se posicionar de forma contundente. Em resposta às atitudes do prefeito, declarou:
“Espero reciprocidade de Cícero, espero que ele esteja conosco no projeto de grupo. Não há espaço para projetos pessoais. Se é um projeto pessoal, ele vai ter que ter um partido”.
O deputado lembrou que já abriu mão de sua candidatura ao Senado em nome da unidade partidária e criticou qualquer articulação feita fora do grupo:
“Ou você está no grupo, ou não está”.

Ribeiro também se manifestou sobre o acordo recente firmado entre Cícero e o deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos). Ambos acertaram que o candidato ao Governo com melhor desempenho nas pesquisas receberá o apoio do outro, o que ignora diretamente a pré-candidatura de Lucas Ribeiro. Para Aguinaldo, a atitude é incompatível com a permanência no grupo: “É incongruente você ter uma coisa paralela fora do grupo e querer dizer que está dentro do grupo”.

Com esse cenário de troca de farpas públicas e desconfianças mútuas, cresce a percepção de que o Progressistas caminha para um possível rompimento. Se o clima esquentar ainda mais, a crise pode ser irreversível.

Botão Voltar ao topo