Procon de Campina Grande critica projetos que enfraquecem a defesa do consumidor e pede rejeição no Congresso

O Procon Municipal de Campina Grande manifestou posição contrária aos Projetos de Lei nº 2.766/2021 e nº 2.744/2021, atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Segundo o órgão, as propostas representam graves retrocessos na proteção dos direitos dos consumidores brasileiros e ameaçam a autonomia dos órgãos de defesa do consumidor em todo o país.
O PL 2.766/2021, que tramita na Câmara dos Deputados, propõe alterações no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e na Lei de Crimes contra a Ordem Econômica. Conhecido como “PL da Dosimetria das Multas”, o texto cria um novo sistema de cálculo para as penalidades aplicadas a empresas e prestadores de serviço que descumprirem a legislação consumerista.
Já o PL 2.744/2021, de autoria do senador Giordano (MDB-SP), altera o CDC ao instituir novas alternativas sancionatórias e critérios de gradação de multas, sob o argumento de aprimorar o sistema de sanções.
Na prática, porém, ambos os projetos podem restringir o poder de fiscalização e de punição dos Procons, reduzindo sua capacidade de combater práticas abusivas e infrações graves nas relações de consumo.
Em um contexto em que o país enfrenta aumento de casos de bebidas adulteradas, alimentos falsificados e fraudes contratuais, o Procon de Campina Grande alerta que as propostas colocam em risco a segurança e os direitos da população, dificultando a responsabilização de empresas que comprometem a saúde e o bem-estar dos consumidores.
“O Procon é a principal ferramenta de defesa do cidadão diante de práticas abusivas e desrespeitosas. Reduzir seu alcance e sua força é comprometer a segurança do consumidor, abrir espaço para a impunidade e enfraquecer políticas públicas de proteção e defesa construídas ao longo de décadas”, afirmou Waldeny Santana, coordenador do Procon de Campina Grande.
O órgão reafirmou seu compromisso com a sociedade, com a justiça nas relações de consumo e com o fortalecimento das instituições públicas que integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC).
“A defesa do consumidor é um direito fundamental e inegociável. Pedimos que o Congresso Nacional rejeite integralmente os PLs 2.766/2021 e 2.744/2021, preservando os avanços conquistados e assegurando que o Brasil continue evoluindo na proteção dos direitos de todos”, concluiu Waldeny Santana.
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