Política

Presidente da Câmara é acusado de empregar caseiro da fazenda com verba da Câmara dos Deputados

Segundo reportagem da Folha, funcionário atua em propriedade privada de Hugo Motta enquanto recebe salário público como assessor parlamentar

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de uma denúncia publicada pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (15). Segundo o jornal, Motta emprega como assessor parlamentar um homem que, na prática, atua como caseiro de sua fazenda em Serraria, no interior da Paraíba.

O funcionário em questão, Ary Gustavo Soares, está lotado no gabinete de Motta desde 2019, com um salário mensal de R$ 7,2 mil, pagos com recursos da Câmara. No entanto, relatos de ex-funcionários e políticos locais apontam que Ary vive e trabalha na fazenda durante a semana, cuidando da propriedade e, eventualmente, atuando como motorista do parlamentar aos fins de semana.

A fazenda, que teria sido adquirida por Motta em março de 2023 por R$ 2,7 milhões, pertenceu anteriormente ao ex-senador Raimundo Lira, também do Republicanos. O imóvel está localizado a 131 km de João Pessoa e a 225 km de Patos, base eleitoral do deputado.

Conforme o ex-tratorista da fazenda, Antonio da Costa, Ary “comanda” a propriedade na ausência do deputado e está presente nela de segunda a sexta-feira. De acordo com as normas da Câmara, o cargo de secretário parlamentar exige dedicação exclusiva e jornada de 40 horas semanais, o que levanta suspeitas sobre a legalidade da contratação.

Além de Ary, dois parentes seus também ocupam cargos ligados à família de Hugo Motta:

  • A esposa, Isabella Perônico, trabalha no gabinete da avó do deputado, Francisca Motta, com salário de R$ 14,3 mil;

  • O irmão de Ary é superintendente da PatosPrev, órgão responsável pela previdência dos servidores municipais de Patos.

A reportagem da Folha afirmou ter procurado a assessoria de Motta na última quarta-feira (13), mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

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