Pré-candidatura de Juliana Cunha Lima causa desconforto e expõe suposta quebra de acordo político
Primeira-dama de Campina Grande ganha protagonismo e incomoda aliados após possível candidatura a deputada estadual
A possível pré-candidatura da primeira-dama de Campina Grande, Juliana Cunha Lima, à Assembleia Legislativa da Paraíba tem causado desconforto nos bastidores da política local e entre aliados do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil). A movimentação é vista por lideranças políticas como uma quebra de acordo firmado no ano passado, às vésperas das eleições que garantiram a reeleição do atual gestor.
De acordo com fontes próximas ao grupo do prefeito, Bruno teria garantido a aliados, em conversas privadas, que nenhum membro de sua família disputaria cargos eletivos no pleito seguinte. A promessa teria sido feita ainda durante o impasse envolvendo uma possível candidatura do deputado federal Romero Rodrigues (Podemos) à Prefeitura.
Nos últimos meses, no entanto, a própria Juliana Cunha Lima confirmou a possibilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, em 2026. Desde então, a primeira-dama passou a assumir protagonismo em ações da gestão municipal, com ampla visibilidade na mídia e participação direta em eventos e iniciativas da Prefeitura.
A movimentação tem gerado reação entre deputados estaduais aliados de Bruno, que já manifestam incômodo com a possibilidade de terem seus espaços políticos esvaziados em Campina Grande. Por outro lado, algumas lideranças locais já sinalizam apoio a Juliana, caso a candidatura se confirme.
Outro ponto de tensão envolve a relação do prefeito com a base política na Câmara Municipal. Bruno ainda não oficializou uma movimentação para garantir o mandato de Plínio Gomes, primeiro suplente do União Brasil, e irmão do vereador Sargento Neto (PL). Paralelamente, o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) declarou recentemente, em entrevista à CBN, que a relação com o prefeito permanece distante.
Embora o impasse seja tratado com discrição, há expectativa de que ele provoque repercussões importantes para o grupo político do prefeito, especialmente na composição da chapa majoritária para 2026. Se confirmada a quebra do acordo político firmado em 2024, aliados devem exigir de Bruno explicações e reposicionamento no xadrez eleitoral.
O cenário, ainda indefinido, aponta para possíveis realinhamentos internos e disputas silenciosas dentro do grupo que hoje governa Campina Grande. A candidatura da primeira-dama, se consolidada, poderá alterar profundamente o equilíbrio político local.