O governo português anunciou nesta segunda-feira (2) que está expulsando 33.983 imigrantes que tiveram seus pedidos de residência negados. Entre eles, 5.368 são brasileiros, que deverão deixar o país voluntariamente em até 20 dias após receberem a notificação.
A medida faz parte de uma força-tarefa implantada pela nova gestão da Aliança Democrática (AD), liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, que assumiu o poder em 2024. Desde então, Portugal tem acelerado a análise de processos acumulados na Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que somavam quase meio milhão de pedidos.
O número de notificações de estrangeiros para deixar o país praticamente dobrou em um mês: no início de maio, eram 18 mil notificações; agora, já são quase 34 mil. O governo português afirmou que tem enviado cerca de 2 mil notificações por dia.
Segundo o ministro do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, o processo prevê o abandono voluntário do território. No entanto, caso os imigrantes não deixem o país dentro do prazo estabelecido, poderá haver expulsão coercitiva, com apoio das forças de segurança.
A mudança ocorre após a extinção de um mecanismo de imigração anteriormente utilizado por muitos estrangeiros, incluindo brasileiros, para solicitar residência em Portugal. A nova política visa restringir o acesso à regularização automática e rever critérios para concessão de autorizações de residência.
Apesar das expulsões, o Brasil ainda lidera o número de pedidos — e também de aprovações — de residência em Portugal, reflexo do crescimento contínuo da comunidade brasileira no país nos últimos anos.
