Brasil

Polícia Federal pede empréstimo de carros de luxo para proteger ministros; Planalto contrata motoristas sem licitação

PF justifica aumento na demanda por segurança e falta de orçamento; Presidência firma contrato de R$ 5,8 milhões com motoristas executivos

A Polícia Federal (PF) publicou um chamamento público direcionado a montadoras e revendedoras de automóveis, solicitando o empréstimo gratuito de veículos blindados e não blindados, que serão utilizados na escolta de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoridades do governo Lula.

O pedido, segundo o órgão, ocorre por conta da ampliação das atividades da Diretoria de Proteção à Pessoa (DPP), criada em 2023, e da insuficiência da atual frota para atender ao número crescente de escoltas. A PF destaca que não há orçamento disponível para a compra de novos veículos, motivo pelo qual recorre ao comodato, modelo de empréstimo gratuito ainda pouco utilizado na administração pública.

A lista de modelos aceitos inclui carros de alto padrão como sedans elétricos, híbridos plug-in, SUVs 4×4 blindados e executivos blindados. As montadoras podem doar entre 1 e 10 unidades de cada modelo. O edital não menciona eventuais conflitos éticos que possam surgir dessa relação com a iniciativa privada.

Motoristas executivos contratados sem licitação

Paralelamente, a Presidência da República contratou motoristas executivos para atuação em Brasília e na Região do Entorno (cidades de Goiás próximas ao DF), por meio de um contrato de R$ 5,8 milhões, firmado sem licitação.

A justificativa do Palácio do Planalto para a dispensa do processo competitivo foi a urgência na necessidade de atendimento às demandas da Presidência. Entretanto, nenhum detalhe foi divulgado oficialmente sobre a empresa contratada ou o número de profissionais envolvidos.

A combinação das duas medidas — empréstimo de veículos de luxo e contratação direta de motoristas — ocorre em um contexto de aumento da pressão sobre os gastos públicos e transparência administrativa, especialmente diante de cortes orçamentários em áreas como saúde, educação e segurança pública.

Botão Voltar ao topo