Um ex-funcionário denunciou à Polícia Federal que o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, viajava semanalmente para Brasília com dinheiro em espécie, além de ter o ameaçado de morte. O depoimento foi usado pela PF no pedido de prisão do investigado na Operação Cambota, desdobramento da Sem Desconto, que apura fraudes em descontos ilegais sobre aposentadorias do INSS.
Segundo o delator Edson Claro Medeiros Júnior, após o início da investigação, Antunes começou a vender carros de luxo abaixo do preço de mercado para levantar recursos e planejava fugir para os EUA, deixando bens em nome do filho.
A PF afirma que ele lavava dinheiro por meio dos veículos e usava influência dentro do INSS para pagar propina a diretores em benefício de entidades ligadas ao esquema. Um contrato da sua consultoria, a Prospect, com o Cebap, previa comissão de 27,5% sobre valores descontados de aposentados. Em menos de um ano, o faturamento do Cebap saltou de R$ 574 mil para R$ 9,9 milhões mensais.
Entre os beneficiados com propina, segundo a PF, estariam os ex-diretores André Fidelis (Benefícios) e Alexandre Guimarães (Integridade), além do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho.
Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES
