Política

PECs do fim do foro privilegiado e da blindagem de deputados travam na Câmara por falta de consenso

A votação em plenário das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tratam do fim do foro privilegiado e da chamada blindagem parlamentar não avançou na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (27). O motivo foi a falta de consenso entre os líderes partidários.

A PEC da Blindagem

Também conhecida como PEC das Prerrogativas, a proposta altera o artigo da Constituição que trata da imunidade parlamentar.

Entre os principais pontos, o texto prevê:

  • Necessidade de autorização do Legislativo para que deputados sejam investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF);
  • Limitação de prisões em flagrante a apenas casos de crimes inafiançáveis, como racismo e tráfico de drogas.

A proposta, em tramitação desde 2021, tem como relator o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

A PEC do Foro Privilegiado

Apresentada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, a proposta busca restringir o foro especial. O texto determina que apenas o presidente da República, vice, presidentes da Câmara, do Senado e do STF permaneceriam com julgamento no Supremo.

Na prática, prefeitos, deputados e senadores perderiam o benefício e passariam a responder a processos em instâncias inferiores.

Flávio Bolsonaro defende que o STF não seria o foro adequado para julgar as acusações contra seu pai, Jair Bolsonaro.

Resistência e críticas

Ministros do STF enxergam o movimento como uma reação de parlamentares que temem investigações em curso na Corte. Atualmente, mais de 30 deputados e senadores são alvos de inquéritos no Supremo, muitos deles da oposição.

O foro privilegiado foi criado para proteger ocupantes de cargos de alta exposição contra perseguições políticas, mas ao longo dos anos passou a ser questionado pela sociedade civil e especialistas em direito.

Em 2018, o Senado aprovou por unanimidade uma mudança que limitava o foro a crimes cometidos durante o mandato. No entanto, interpretações posteriores permitiram que Jair Bolsonaro mantivesse processos no STF.

Foto: Kayo Magalhães

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