Padilha desiste de viajar aos EUA e critica restrições impostas pelo governo americano

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta sexta-feira (19.set.2025) que desistiu de viajar aos Estados Unidos após o governo americano impor restrições de circulação que, segundo ele, inviabilizariam sua participação na Assembleia Geral da ONU e em outros eventos oficiais.
Padilha classificou as condições como “inaceitáveis” e “uma afronta” ao cargo que ocupa.
“Inaceitável as condições, porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados”, afirmou.
As restrições impostas pelos EUA
- Circulação limitada: apenas dentro de um perímetro de cinco quarteirões em Nova York, entre o hotel, a sede da ONU e a missão brasileira;
- Proibição de viagem: impossibilidade de se deslocar para Washington, o que o impediria de comparecer à Assembleia Geral da Opas;
- Autorização prévia: qualquer agenda fora do perímetro exigiria pedido de autorização com 48 horas de antecedência.
Na terça-feira (16), Padilha havia informado que recebeu o visto de entrada nos EUA, mas destacou que as restrições tornaram sua ida impraticável.
Compromissos inviabilizados
O ministro disse que pretendia anunciar, em Washington, um reforço financeiro do Brasil a um fundo estratégico da Opas para compra de vacinas e medicamentos contra o câncer a preços mais acessíveis no continente.
Ele também ficaria impedido de participar de reuniões dos Brics, G20 e Mercosul, além de encontros com investidores e visitas técnicas a hospitais nos EUA.
Críticas aos EUA
Padilha enviou uma “nota dura” à Opas, acusando os EUA de adotar uma postura que “sucumbe à sombra de obscurantismo e de negacionismo”.
“Nossa ação internacional vai continuar. Eles até podem impedir a presença do ministro, mas a ideia da defesa da ciência e da vacina esse presidente dos Estados Unidos não vai conseguir impedir”, declarou.