Navio de guerra dos EUA chega a Trinidad e Tobago em meio à escalada de tensão com a Venezuela
Destróier USS Gravely realiza treinamentos no Caribe enquanto Donald Trump considera operações militares contra o narcotráfico em território venezuelano
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O contratorpedeiro USS Gravely, navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos, chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, pequeno arquipélago localizado em frente à costa da Venezuela, em um momento de crescente tensão na região. A presença da embarcação ocorre enquanto o presidente americano Donald Trump intensifica sua política de pressão sobre o governo de Nicolás Maduro.
O destróier permanecerá atracado em Port of Spain, capital de Trinidad e Tobago, até a próxima quinta-feira (30). Durante esse período, uma unidade de fuzileiros navais americanos participará de exercícios conjuntos com as Forças Armadas trinitárias, segundo informou o comando naval dos EUA.
Moradores locais interpretam a presença militar como um sinal de apoio à política antidrogas americana.
“Há uma boa razão para trazerem esse navio de guerra para cá. É para ajudar a limpar os problemas de drogas que vêm da Venezuela. Muitas pessoas serão libertadas da opressão e do crime”, afirmou Lisa, moradora de Port of Spain.
Operações e possíveis ataques à Venezuela
Segundo informações divulgadas pela CNN, Donald Trump avalia autorizar ataques a instalações de produção de cocaína e rotas de narcotráfico dentro da Venezuela, embora nenhuma decisão final tenha sido tomada. Em paralelo, Washington anunciou o envio de porta-aviões e o reforço de sua presença naval na América do Sul, em apoio à ofensiva antidrogas.
Durante o voo para a Ásia, a bordo do Air Force One, Trump confirmou que a próxima fase da operação será também terrestre:
“Estamos impedindo praticamente toda a entrada de drogas por mar e vamos impedir toda a entrada por terra muito em breve. Vocês verão isso começar”, declarou o presidente, afirmando que as ações visam “salvar vidas e proteger a segurança nacional”.
Autoridades americanas indicam que o aumento da presença militar no Caribe tem duplo propósito: coibir o tráfico internacional e oferecer opções táticas ao presidente caso ele decida ampliar as operações.
Contexto político e diplomático
A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, é uma aliada declarada de Donald Trump e tem adotado um discurso firme contra a imigração e a criminalidade venezuelana. O governo de Caracas, por outro lado, acusa o país vizinho de servir aos interesses de Washington.
Fontes próximas à Casa Branca afirmaram que Trump autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela e que existem “planos sobre a mesa” sendo avaliados.
“[Trump] não descartou a diplomacia, mas considera todas as opções disponíveis”, afirmou um funcionário do governo americano à CNN.
A possibilidade de ações militares diretas é vista como parte de uma estratégia de pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, buscando enfraquecer sua base de apoio. Apesar das movimentações, não há decisão definitiva sobre qualquer operação em território venezuelano.
Um vídeo recente divulgado por Caracas mostra Maduro, em inglês, pedindo “paz e diálogo” diante do aumento das tensões no Caribe.
📍 O USS Gravely permanecerá em Port of Spain até quinta-feira (30). A movimentação reforça a presença militar americana no Caribe em um dos momentos mais delicados das relações entre Washington e Caracas.
Foto:Arte/O Globo

