Mutirão de vista em Campina Grande vira caso de polícia após denúncias de medicação vencida
Pelo menos quatro pacientes apresentaram complicações graves; idosa de 89 anos perdeu a visão de um olho
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Um mutirão oftalmológico realizado na última quinta-feira (15) no Hospital de Clínicas de Campina Grande, na Paraíba, está sendo investigado após denúncias de que medicamentos vencidos teriam sido usados durante os procedimentos. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) confirmou que quatro dos 64 pacientes atendidos apresentaram complicações sérias, incluindo infecções e perda de visão.
Entre os casos mais graves está o de uma idosa de 89 anos, que perdeu completamente a visão de um dos olhos. Segundo seu filho, a paciente vinha respondendo bem ao tratamento regular, mas saiu do mutirão com fortes dores e queixas de que algo estava errado. Outro paciente, de Picuí, precisou passar por cirurgia de urgência após também apresentar infecção ocular.
A Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada pela SES-PB para conduzir o mutirão, é apontada como responsável pelos atendimentos e pelo fornecimento dos insumos. Relatos sugerem que a médica responsável, Nayara Cavalcante, não teria checado a validade das medicações aplicadas. A fundação afirmou que irá apurar os fatos e colaborar com as investigações.
A SES-PB abriu processo administrativo para apurar a conduta da empresa contratada. O Hospital Help, que atende pelo SUS, confirmou ter recebido pacientes com complicações encaminhados pelas autoridades.
O caso levanta preocupações sobre a fiscalização de ações terceirizadas de saúde pública no estado.