Brasil

MPF abre procedimento para apurar possíveis violações de direitos humanos após operação com 121 mortos no Rio

O subprocurador-geral da República Nicolao Dino instaurou um procedimento no MPF para investigar eventuais violações de direitos humanos na megaoperação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos. A ação se insere na ADPF das Favelas, que regula operações em comunidades. Dino afirmou que o objetivo é fortalecer o controle externo da atividade policial, ampliar o diálogo com entidades civis e garantir transparência e proteção à vida.

Um relatório preliminar do Ministério Público do Rio (MPRJ), enviado ao ministro Alexandre de Moraes, apontou dois casos “atípicos”: um corpo com tiros à curta distância e outro decapitado. Os demais mortos tinham ferimentos por fuzis, padrão de confronto armado. Todas as vítimas eram homens de 20 a 30 anos, muitos com roupas táticas, e foram encontrados munições, celulares, drogas e tatuagens ligadas a facções.

A próxima etapa da investigação inclui análise de câmeras corporais e perícias nos locais dos confrontos. A Polícia Civil nega abusos e afirma apurar possível manipulação de corpos, sustentando que criminosos podem ter produzido novas lesões. O governo do Rio afirma que 58 corpos foram retirados pelas forças de segurança; moradores recolheram os demais.

O ministro Flávio Dino já havia criticado a operação por descumprimento de regras da ADPF, falta de preservação de cenas de crime e ausência de perícia independente. A Polícia Civil divulgou que 97 dos 115 suspeitos identificados tinham antecedentes, principalmente por tráfico.

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