Moraes diz que vai ignorar sanções dos EUA e promete julgar todos os réus por tentativa de golpe ainda em 2025

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que irá ignorar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. Segundo ele, o trabalho da Corte seguirá normalmente, sem interferências externas.
“As ações prosseguirão. O rito processual do Supremo irá ignorar as sanções praticadas. Este relator irá ignorar as sanções e continuará trabalhando”, afirmou Moraes, durante a abertura do segundo semestre judiciário.
O ministro também garantiu que todos os réus por tentativa de golpe de Estado serão julgados até o final deste ano. Ele assegurou que as decisões serão tomadas com base nas provas e sem se curvar a pressões, nacionais ou internacionais.
“Absolveremos onde não houver prova e condenaremos onde houver. Não nos acovardaremos diante de ameaças, seja daqui ou de qualquer outro lugar”, declarou.
Moraes reforçou que sempre atuou de forma colegiada no STF e citou que 707 recursos foram interpostos contra decisões monocráticas suas, todos rejeitados pelo plenário ou pela Primeira Turma do Supremo, o que, segundo ele, demonstra respaldo institucional.
A sessão de retomada do STF também foi marcada por manifestações de apoio a Moraes. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o decano Gilmar Mendes, o procurador-geral da República Paulo Gonet e o advogado-geral da União Jorge Messias prestaram solidariedade ao ministro por mais de uma hora.
As sanções foram anunciadas pelo governo do ex-presidente americano Donald Trump, que acusa Moraes de praticar censura, detenções arbitrárias e perseguição política contra Jair Bolsonaro, réu na Corte por tentativa de golpe. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que Moraes teria “tomado para si o papel de juiz e júri numa caça às bruxas ilegal”.