Brasil

Manutenção de tarifa de 40% dos EUA frustra produtores brasileiros e derruba exportações de café e carne

A decisão do governo dos Estados Unidos de manter a tarifa de 40% sobre o café brasileiro, apesar de retirar taxas de outros países, gerou forte preocupação entre produtores nacionais. O diretor do Cecafé, Marcos Matos, afirmou que a competitividade do Brasil piora diante da isenção concedida a concorrentes como Colômbia, Vietnã e Etiópia, o que pode levar à perda definitiva de espaço nos blends consumidos pelos americanos. Dados da BSCA apontam queda de 55% nas exportações de cafés especiais para os EUA entre agosto e outubro de 2025.

A Confederação Nacional da Indústria identificou que 80 produtos agrícolas brasileiros serão beneficiados pela remoção da tarifa global americana, mas 76 itens — entre eles café não torrado e carne bovina — continuarão enfrentando taxa de 40%. A Abrafrigo calcula prejuízo de US$ 700 milhões ao setor de carne bovina desde a adoção das tarifas adicionais em agosto, com recuo de 54% nas vendas de carne in natura para os EUA em outubro.

Mesmo com a retração recente, as exportações de carne para os EUA acumulam alta de 40,4% no ano devido ao desempenho do primeiro semestre e à forte demanda chinesa e europeia. O presidente da Abiec, Roberto Perosa, afirma que, apesar das tarifas, o Brasil segue competitivo no nicho de carnes destinadas ao processamento, como hambúrgueres.

O setor de suco de laranja teve alívio parcial: os EUA incluíram todos os códigos tarifários do produto brasileiro na lista isenta da sobretaxa de 10%, reduzindo a pressão competitiva. Entretanto, permanece a tarifa tradicional de US$ 415 por tonelada de suco concentrado, além de custos para subprodutos. Indústrias do setor defendem avanço das negociações para eliminar totalmente as barreiras.

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