Lula minimiza crise do IOF e defende Haddad: “Foi um momento político, não um erro”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou nesta terça-feira (3) sobre a polêmica envolvendo a proposta de aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), que provocou forte reação negativa do mercado e do Congresso Nacional.
Durante coletiva no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a equipe econômica não cometeu erro ao propor o reajuste do imposto. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apenas apresentou uma ideia em meio à pressão por respostas. “O Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Se houve uma reação de que há outra possibilidade, nós estamos discutindo essa possibilidade.”
A proposta inicial foi duramente criticada, inclusive por Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, que se posicionou contra o aumento. A crise culminou na sinalização do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), de que o decreto seria derrubado se não fosse revista a medida. Ele deu um prazo de 10 dias para o governo apresentar uma alternativa viável e sem aumento do imposto.
Lula também deixou em aberto a possibilidade de anunciar outra proposta em breve: “Se aparece alguém com uma ideia melhor e topa discutir, vamos discutir.”
Embora Haddad tenha afirmado que a proposta foi debatida com o presidente, o petista negou que o recuo tenha sido motivado por pressões políticas. No entanto, a sequência de declarações e movimentações no Congresso indica o contrário.
Agora, o governo corre contra o tempo para apresentar uma solução fiscal alternativa que evite desgastes maiores com o Legislativo e preserve a estabilidade junto ao mercado.