Lula mantém posição contrária ao uso das Forças Armadas em operações no Rio de Janeiro
Presidente reafirma que não decretará GLO; governador Cláudio Castro diz que pedidos de ajuda foram negados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve manter sua posição contrária à decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro, mesmo após a Operação Contenção, a mais letal da história do estado, com 119 mortos.
Em outubro de 2023, Lula já havia afirmado que não colocaria as Forças Armadas para combater criminosos em favelas.
“Eu não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandidos. Não é esse o papel delas. E enquanto eu for presidente, não tem GLO”, declarou na ocasião, durante um café com jornalistas.
A GLO é um instrumento previsto na Constituição que autoriza o uso das Forças Armadas em situações excepcionais de crise na segurança pública.
Nesta semana, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que o governo federal negou três pedidos de apoio militar ao estado.
“Não temos ajuda das forças federais. É o Rio de Janeiro sozinho”, disse Castro.
Em resposta, o Ministério da Defesa informou que um dos pedidos, feito em janeiro, para uso de veículos blindados da Marinha, foi encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que concluiu que a solicitação só poderia ser atendida mediante decreto de GLO — o que depende diretamente do presidente da República.
A posição de Lula tem gerado debate entre autoridades e especialistas em segurança pública, que cobram medidas de integração entre as forças estaduais e federais diante da escalada da violência no Rio.

