Lula e Trump intensificam trocas de acusações e acirram tensão diplomática
Presidentes do Brasil e dos EUA entram em guerra verbal, com ataques mútuos envolvendo comércio, ideologia e política internacional

Em um raro momento de tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump elevaram o tom das críticas mútuas nesta quinta-feira (14), aprofundando uma crise que ameaça afetar as relações históricas entre os dois maiores países do continente americano.
Trump, em um discurso recente, utilizou dados contestáveis para atacar práticas comerciais brasileiras e voltou a afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria sendo vítima de uma “execução política” no Brasil. O norte-americano tem usado o governo Lula como alvo frequente, misturando críticas ideológicas e interesses geopolíticos.
Lula, por sua vez, respondeu em tom firme. Defendeu o regime comunista cubano diante das sanções impostas pelos Estados Unidos e rebateu diretamente Trump: “Se ele quer briga, então vai ter briga”, afirmou o presidente brasileiro.
A troca de farpas marca uma deterioração inédita no diálogo entre os países, cujas relações diplomáticas, ainda que marcadas por altos e baixos, jamais haviam enfrentado um estremecimento dessa magnitude em mais de dois séculos.
Especialistas em política internacional apontam que a escalada verbal carece de sentido estratégico para ambos os lados. Para o Brasil, alinhar-se contra os EUA em meio ao confronto global entre Washington e Pequim pode ser um erro diplomático, especialmente em um momento em que Lula busca aproximação com a China. Já Trump, em sua retórica eleitoral, tem adotado um tom agressivo mesmo com antigos aliados, priorizando ataques que favoreçam sua base política interna.
Ainda não é possível prever até onde esse confronto pode chegar. No entanto, parece claro que tanto Lula quanto Trump se sentem confortáveis no embate verbal — e dispostos a capitalizá-lo politicamente.