Lula abre Assembleia da ONU com críticas a sanções dos EUA e defesa da democracia
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu, nesta terça-feira (23), o debate da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, com um discurso marcado por críticas às sanções dos Estados Unidos e pela defesa da democracia, do multilateralismo e da soberania nacional.
Logo no início, Lula condenou o que chamou de “sanções arbitrárias e intervenções unilaterais”, em referência às medidas impostas por Washington, e classificou como “inaceitável” a agressão contra a independência do Judiciário brasileiro.
Sem citar nomes, o presidente mencionou a condenação de Jair Bolsonaro, ressaltando que o processo assegurou direito de defesa e serviu de recado “aos candidatos autocratas” de que a soberania brasileira é inegociável.
Lula também defendeu:
- a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, já apoiada por 103 países;
- a regulação das plataformas digitais para combater crimes e desinformação;
- a redução de gastos militares e o alívio da dívida de países pobres;
- a ampliação do Conselho de Segurança da ONU e a refundação da OMC em bases modernas.
No campo internacional, condenou os ataques do Hamas, mas disse que “nada justifica o genocídio em Gaza”. Defendeu diálogo para solução dos conflitos na Venezuela e na Ucrânia, além de criticar a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam terrorismo.
Sobre o meio ambiente, anunciou metas brasileiras de redução de até 67% das emissões de gases de efeito estufa e lembrou a queda pela metade do desmatamento na Amazônia. Disse que a COP 30, em Belém, será a “COP da verdade”.
Lula encerrou homenageando Pepe Mujica e o papa Francisco, falecidos em 2025, e afirmou que o futuro deve ser construído “com coragem e escolhas diárias”, defendendo um mundo multipolar e multilateral em que a voz do sul global seja ouvida.