Justiça investiga esquema bilionário ligado à Pixbet e empresas de apostas online
Quebra de sigilos bancário e fiscal revela possível lavagem de dinheiro, evasão de divisas e operação financeira ilegal no setor de apostas esportivas

A Justiça Federal da Paraíba autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de empresas e pessoas físicas ligadas à Pixbet e a outras companhias do setor de apostas online. A medida faz parte de uma investigação que apura crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e operação irregular de instituição financeira.
O inquérito, que tramita sob segredo de Justiça, teve início em 2022 com base em informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal da Paraíba. A apuração revelou um suposto esquema bilionário envolvendo empresas sediadas em Campina Grande, especializadas na comercialização de créditos para jogos online com sites no exterior.
Segundo a Polícia Federal, brasileiros faziam pagamentos em reais e recebiam créditos em dólares em plataformas de apostas, sem registro oficial de câmbio – o que configura crime de evasão de divisas. Para mascarar a origem e o destino dos valores, o esquema utilizava empresas de fachada e até nomes de pessoas já falecidas em registros de operações cambiais.
O empresário Enzo Stephani Rodrigues Ribeiro e seus sócios são apontados como líderes da operação. Entre as empresas investigadas estão:
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Brasfichas Tecnologia e Agenciamento de Serviços Ltda.
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Bras Gaming Consultoria e Serviços Ltda.
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Pixbet Soluções Tecnológicas Eireli
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Anspace Instituição de Pagamento Ltda.
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Bpay Soluções de Pagamentos Ltda.
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Pixuo Serviços Tecnológicos e Cobrança Ltda.
Também são citados na investigação os empresários Ernildo Júnior de Farias Silva, Diomar Tadeu Dantas de Farias, Daniel Gomes da Silva e Sérgio Augusto da Motta, além de familiares utilizados como sócios em empresas fictícias.
A Pixbet aparece como uma das principais transferidoras de recursos para a Brasfichas: somente em 2021, as movimentações somaram R$ 5,8 milhões. A própria Pixbet também teria recebido valores da rede investigada.
O caso lança luz sobre a fragilidade na regulamentação das apostas esportivas no Brasil, expondo brechas legais que facilitam operações financeiras suspeitas no setor.