Paraíba

Justiça da Paraíba realiza mutirão para revisar condenações por porte de pequenas quantidades de maconha

Ação segue até 30 de julho e também vai analisar casos de mulheres presas cautelarmente, prisões preventivas prolongadas e atrasos em execuções penais

A Justiça da Paraíba deu início ao I Mutirão Processual Penal do Plano Pena Justa, uma iniciativa coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que será realizada até o dia 30 de julho. O foco é revisar condenações por tráfico de drogas de pessoas presas com pequenas quantidades de maconha — até 40 gramas ou seis plantas fêmeas — que, de acordo com novos entendimentos jurídicos, poderiam ter sido enquadradas apenas por porte para uso pessoal.

A ação integra um esforço nacional promovido por todos os tribunais de Justiça estaduais e tribunais regionais federais, com apoio técnico do Programa Fazendo Justiça.

De acordo com a juíza Maria Aparecida Sarmento Gadelha, auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e coordenadora do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF), o mutirão também vai abranger:

  • Gestantes, mães e mulheres responsáveis por crianças ou pessoas com deficiência presas cautelarmente;

  • Prissões preventivas que já duram mais de um ano;

  • Processos de execução penal com incidentes vencidos, como progressão de regime ou livramento condicional.

A revisão dos casos decorre de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que no ano passado afastou a criminalização do porte de maconha para uso pessoal. O STF determinou que o CNJ coordenasse mutirões judiciais para reavaliar condenações onde as evidências apontem para uso individual, desde que não haja posse de outras drogas ou indícios concretos de atividade de tráfico.

Botão Voltar ao topo