Brasil

Influência, crime e política: prisão de TH Joias expõe elo entre facções, redes sociais e poder

Deputado do RJ é apontado como membro do Comando Vermelho e ligado a influenciador preso na Paraíba por tráfico de pessoas e exploração de menores

A prisão do deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos (MDB-RJ), conhecido como TH Joias, revelou um esquema que vai além da política. Segundo a Polícia Federal, o parlamentar é apontado como membro influente do Comando Vermelho e mantinha conexões com o mundo do crime, da política e da internet — relações que atravessavam fronteiras estaduais.

Entre os nomes que surgiram nas investigações, destaca-se o do influenciador paraibano Hytalo Santos, atualmente preso no Presídio do Roger, em João Pessoa, por exploração sexual de menores e tráfico de pessoas.

Registros da PF mostram que TH Joias frequentava bailes funk no Morro do Alemão, onde aparecia ao lado de Índio do Lixão, um dos traficantes mais temidos do Rio de Janeiro, e de Hytalo. As imagens e conversas interceptadas revelam uma rede onde facção, fama e poder político se entrelaçam.

Em um dos áudios, Índio relata ter recebido pedido de TH para intimidar uma mulher que havia criticado Hytalo nas redes sociais:

“Menina falando besteira de você aí. TH me pediu pra eu falar com ela”, diz o traficante. Em seguida, ordena a um comparsa: “Vai agora na direção dessa mina. Eu estou mandando apagar tudo.”

A investigação aponta que a reputação de Hytalo nas redes era protegida por meio do poder intimidador do tráfico carioca, revelando um novo tipo de blindagem digital sustentada na força bruta.

A relação entre o deputado, o influenciador e chefes do tráfico mostra um cenário onde política, crime e internet operam em um mesmo ecossistema, trocando favores em busca de poder, visibilidade e impunidade.

Enquanto TH Joias é descrito como “a facção criminosa vestida de terno”, Hytalo aparece como o rosto popular que, segundo a PF, usava o braço armado do crime para proteger sua imagem.

O caso lança luz sobre um fenômeno crescente: a profunda infiltração do crime organizado nas estruturas institucionais e digitais, onde as armas se misturam a curtidas e os palanques servem tanto para discursos quanto para encobrir alianças perigosas.

Foto: Reprodução/TV Globo/Fantástico

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