Política

Hugo Motta suspende reuniões de comissões na Câmara e paralisa ações de apoio a Bolsonaro

Decisão atinge diretamente comissões controladas pelo PL, que planejavam moções de solidariedade ao ex-presidente, alvo de medidas cautelares impostas pelo STF

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou nesta terça-feira (22) a suspensão de todas as reuniões de comissões da Casa até o dia 1º de agosto. O Ato da Presidência foi publicado no momento em que parlamentares da oposição se reuniam para votar moções de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de recentes decisões judiciais.

A decisão impactou diretamente a Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que se preparava para votar uma moção de solidariedade a Bolsonaro. A reunião já contava com a presença de diversos deputados do PL e aliados do ex-presidente quando foi abruptamente cancelada. Também teve sua reunião suspensa a Comissão de Relações Exteriores, igualmente comandada por um parlamentar do PL.

Na impossibilidade de dar seguimento às reuniões, deputados da legenda de Bolsonaro realizaram uma coletiva de imprensa, na qual criticaram duramente o Judiciário brasileiro e defenderam o ex-presidente, alegando perseguição política.

Bolsonaro sob medidas cautelares

Desde a última sexta-feira (18), Jair Bolsonaro está submetido a medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as determinações estão o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de se comunicar com o filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e a proibição de uso de redes sociais, direta ou indiretamente.

Segundo Moraes, Bolsonaro e Eduardo teriam cometido coação no curso do processo, obstrução de justiça e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. O inquérito em curso apura a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, com o objetivo de pressionar autoridades brasileiras e impedir o andamento de investigações contra seu pai.

Moraes ainda alertou que o ex-presidente poderá ser preso em caso de descumprimento das medidas cautelares.

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