O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu sinais nesta terça-feira (2) de que pode pautar o projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado, após semanas afirmando não haver “clima político” para a votação.
Segundo a CNN, em reunião com líderes partidários, Motta admitiu que há maioria favorável à tramitação do projeto, o que representa um avanço para a oposição, que pressiona pela medida desde o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
A mudança é atribuída a uma articulação reforçada após encontro entre Motta e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já havia defendido publicamente tanto a anistia quanto um eventual indulto presidencial a Bolsonaro.
O movimento, no entanto, gerou reação entre governistas. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou a possibilidade como “um grave erro”.
“Cresceu esse movimento com a presença do governador Tarcísio de Freitas. Colocar a anistia em discussão após o julgamento é um equívoco completo”, afirmou.
Apesar da resistência da base do governo, a oposição ganhou fôlego com o desembarque do PP e do União Brasil do governo Lula. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que o novo cenário “abre caminho para que o projeto seja aprovado”.
Se confirmada a maioria, o projeto pode ser votado já nas próximas semanas, aproveitando o que a oposição chama de “janela de oportunidade” aberta por uma eventual condenação de Bolsonaro no STF.
