Política

Hugo Motta janta com empresários em meio a crise entre Congresso e Planalto

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), participa nesta segunda-feira (30), de um jantar com cerca de 50 empresários na residência do ex-governador de São Paulo, João Doria. O encontro ocorre em um momento delicado para o governo federal, após a maior derrota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso desde o início de seu terceiro mandato.

A reunião, marcada antes da recente crise institucional, acontece dias depois de Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), liderarem a derrubada de três decretos presidenciais que aumentavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O gesto surpreendeu o Palácio do Planalto: foram 383 votos contra os decretos e apenas 98 a favor, representando uma perda estimada de R$ 10 bilhões em arrecadação para o governo.

A iniciativa dos presidentes da Câmara e do Senado foi vista como um recado direto ao Executivo. A base do governo não foi consultada previamente, e a votação inesperada demonstrou o distanciamento entre o Congresso e o Planalto, especialmente em temas de natureza econômica.

O jantar, que reúne representantes da elite empresarial, sobretudo do setor financeiro da região da Faria Lima, é interpretado nos bastidores como um gesto de apoio a Motta, que vem ganhando protagonismo no Congresso. A movimentação ocorre no mesmo momento em que o presidente Lula tem adotado um tom mais crítico contra o Centrão e setores empresariais que, segundo ele, resistem à reforma tributária e à cobrança mais justa de impostos.

Em resposta às pressões, o PT lançou uma campanha nas redes sociais com o lema “quem tem mais, paga mais”, apontando para a necessidade de maior contribuição por parte dos mais ricos para viabilizar os programas sociais do governo.

O jantar desta segunda-feira, portanto, ultrapassa a esfera social e assume contornos políticos e estratégicos, consolidando Hugo Motta como figura central nas articulações legislativas e possível contraponto ao governo em meio a um cenário de crescente tensão institucional.

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