Hamas anuncia fim da guerra em Gaza após acordo mediado por EUA, Turquia e Egito
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O grupo terrorista Hamas anunciou nesta quinta-feira (9) o fim da guerra na Faixa de Gaza, após dois anos de conflito com Israel. O acordo de cessar-fogo, firmado no Egito na quarta-feira (8), contou com a mediação dos Estados Unidos, Turquia e Qatar, e ainda está sendo analisado pelo gabinete de segurança do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu.
Segundo o líder do Hamas em Gaza, os mediadores internacionais garantiram que o conflito chegou oficialmente ao fim. Com a aprovação do acordo, um cessar-fogo imediato será instaurado e, nas primeiras 24 horas, o Exército de Israel deve iniciar a retirada parcial de suas tropas.
Durante a primeira fase, os militares israelenses recuarão para uma linha que permitirá ao Hamas reunir reféns sequestrados durante a guerra. A libertação total dos reféns — mulheres e crianças entre eles — deve ocorrer entre 48 e 72 horas após o início da trégua. Israel, por sua vez, libertará prisioneiros palestinos, conforme lista a ser negociada.
Apesar do anúncio, bombardeios israelenses ainda foram registrados nesta quinta-feira em partes de Gaza, segundo agências internacionais e relatos locais.
Em comunicado, o Exército israelense informou que iniciou “preparações operacionais” para cumprir a primeira fase do acordo.
Antes da reunião de gabinete, Netanyahu elogiou o ex-presidente americano Donald Trump, responsável pela intermediação do pacto, e chegou a afirmar que o republicano “merece o Prêmio Nobel da Paz”. O gabinete israelense divulgou uma montagem de ambos com a medalha simbólica da láurea.
Trump confirmou ter conversado por telefone com Netanyahu após o anúncio e disse tratar-se de uma “conquista histórica”. O ex-presidente deve chegar a Jerusalém no domingo (12), enquanto seus negociadores Jared Kushner e Steve Witkoff desembarcam ainda nesta quinta.
Acordo prevê presença internacional e zona tampão
O plano não prevê a retirada total de Israel de Gaza neste primeiro momento. Na segunda fase, Israel deverá recuar para uma nova linha dentro do território, após a formação de uma força internacional de estabilização. O país, no entanto, manterá o controle do corredor Filadélfia, na fronteira entre Gaza e o Egito, e estabelecerá uma zona tampão ao redor de todo o território palestino.
Um dos principais pontos de tensão é o desarmamento do Hamas — exigência de Israel que o grupo rejeita. Trump afirmou que a desmilitarização será tratada nas próximas etapas do processo.
Foto: Shir Torem/Reuters