Política

Governo Lula teme novas sanções dos EUA após julgamento de Bolsonaro

Às vésperas do julgamento do suposto plano de golpe, o governo federal avalia que os Estados Unidos podem impor novas sanções ao Brasil caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja condenado. O julgamento terá início nesta terça-feira (2), às 9h, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo Bolsonaro e outros sete réus.

Embora integrantes do Planalto neguem relação direta entre o processo no STF e a decisão anunciada na última quinta-feira (28) de acionar a Lei de Reciprocidade, admitem que a medida funciona como um instrumento de proteção diante de possíveis penalidades adicionais por parte de Washington. O mecanismo, que permite ao Brasil retaliar tarifas estrangeiras, pode levar de seis meses a um ano para ser efetivado, mas também prevê reações emergenciais caso a situação se agrave.

Desde julho, os Estados Unidos já aplicaram tarifas de 50% a produtos brasileiros, cancelaram vistos de autoridades e sancionaram o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com base na Lei Magnitsky. Aliados de Bolsonaro acreditam que uma eventual condenação pode ampliar esse pacote de medidas, atingindo até familiares de ministros.

Na sexta-feira (29), a Embaixada do Brasil em Washington comunicou formalmente ao Representante Comercial dos EUA (USTR) o início do processo de retaliação. Apesar de manter o discurso de abertura ao diálogo, o governo brasileiro não acredita que a disposição americana de negociar vá se alterar, e avalia que a tensão deve se prolongar até as eleições presidenciais de 2026.

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