Gastos com cartões corporativos do governo Lula superam R$ 56 milhões no primeiro semestre
Os gastos com cartões corporativos do governo federal ultrapassaram R$ 56 milhões nos primeiros seis meses de 2025, segundo levantamento divulgado com base em dados oficiais. Os chamados “cartões de pagamento do governo federal” (CPGF) são usados por servidores autorizados para despesas emergenciais e operacionais.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, que inclui a Polícia Federal, lidera os gastos, com R$ 15,3 milhões. Em seguida, aparece a Presidência da República, que utilizou R$ 12 milhões, mesmo contando com apenas 11 portadores ativos de cartões.
Entre os gastos mais expressivos, está uma única fatura da Presidência, no valor de R$ 252 mil, paga em julho, cuja descrição está protegida por sigilo, conforme permite a legislação vigente. No mês anterior, em junho, outro gasto de R$ 189 mil também chamou atenção.
Média mensal alta e falta de transparência
Ao todo, o governo federal mantém 4.325 cartões ativos, com uma média de gastos de R$ 12,5 mil por mês por cartão — valor mais de oito vezes superior ao salário mínimo nacional, atualmente em R$ 1.412.
Esses valores não incluem os R$ 216,3 milhões usados por meio de cartões da Defesa Civil Nacional, vinculada ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, que são empregados em situações de emergência, como desastres naturais e calamidades públicas, geralmente em parceria com governos estaduais e municipais.
Uso e sigilo
Apesar de estarem previstos em lei e regulamentados pelo governo, os cartões corporativos frequentemente são alvo de críticas por falta de transparência, uma vez que parte das despesas pode ser mantida em sigilo quando envolvem segurança do presidente ou ações consideradas estratégicas.
A Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) podem auditar essas despesas, mas os detalhes nem sempre são divulgados publicamente.