Fed corta juros nos EUA pela primeira vez em 9 meses e amplia pressão sobre economia global
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O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 4% a 4,25% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado e marca o primeiro corte em nove meses, após cinco reuniões consecutivas sem mudanças.
O único voto divergente foi do diretor Stephen Miran, indicado pelo ex-presidente Donald Trump, que defendia uma redução mais agressiva, de 0,5 ponto percentual.
Contexto político e econômico
O anúncio ocorre em meio a pressões de Trump, que desde o início de seu governo cobra juros mais baixos. O republicano também tentou demitir a diretora Lisa Cook, decisão suspensa pela Justiça, em movimento visto por analistas como uma ameaça à independência do Fed.
O banco central citou a desaceleração no mercado de trabalho e a inflação ainda elevada como fatores que justificam o corte. Para este ano, os dirigentes projetam ao menos mais duas reduções nos juros, com decisões previstas para outubro e dezembro.
Reflexos no Brasil
A política monetária dos EUA impacta diretamente o Brasil. Juros mais baixos por lá tendem a:
- reduzir a pressão sobre a Selic, hoje em 15% ao ano;
- valorizar o real frente ao dólar, pela entrada de capital estrangeiro;
- e abrir espaço para queda de juros no país em 2026.
O que disse Jerome Powell
Em coletiva, o presidente do Fed afirmou que os riscos inflacionários ainda são altos, mas o mercado de trabalho começa a perder fôlego:
“A demanda por trabalho enfraqueceu e o ritmo de criação de empregos está abaixo do necessário para manter a taxa de desemprego estável.”
Powell também comentou os efeitos das tarifas impostas por Trump ao Brasil e outros países, dizendo que, até agora, o custo vem sendo absorvido pelas empresas, mas pode ser repassado aos consumidores no futuro.
Foto: Kevin Lamarque / Reuters