Expansão do Comando Vermelho em Jacarepaguá resultou em 684 homicídios em dois anos, diz MPRJ
Ministério Público denuncia 69 pessoas e relaciona avanço da facção à disputa com milícia na Zona Oeste do Rio
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/8/E/I00kQTQsG13u7xzyfGPQ/img-3799.jpg)
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) afirmou, em denúncia apresentada no âmbito da Megaoperação Contenção, que a expansão do Comando Vermelho (CV) pela região da Grande Jacarepaguá provocou uma média de um homicídio por dia entre 2023 e 2024. O documento aponta 684 mortes no período e cita como referência uma reportagem do RJ2, exibida em 5 de fevereiro de 2025.
Ao todo, o MPRJ denunciou 69 pessoas por associação para o tráfico. A operação, realizada na terça-feira (28), resultou em 113 prisões e 121 mortes, entre elas quatro agentes de segurança — policiais civis e militares.
Segundo a denúncia, o Comando Vermelho passou a ocupar comunidades antes controladas pela milícia em áreas como Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Itanhangá e Vargens, formando o que o órgão descreve como Complexo de Jacarepaguá. Essa expansão teria intensificado os confrontos armados e impulsionado o número de homicídios na região.
O documento do Ministério Público detalha a dinâmica territorial da facção, destacando Gardênia Azul e Cidade de Deus como pontos estratégicos de partida para a ocupação de outras comunidades do entorno.
A ofensiva do CV na Zona Oeste, segundo o MPRJ, está diretamente ligada à disputa com grupos paramilitares, e teria o apoio de integrantes vinculados ao Complexo da Penha, responsáveis pela coordenação das ações na área.
Foto: Betinho Casas Novas/TV Globo

