Política

EUA impõem restrições de circulação a Alexandre Padilha durante viagem à ONU

Ministro da Saúde recebeu visto diplomático limitado pelo governo Trump, com liberdade restrita a cinco quadras em Nova York

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira (18) um visto diplomático restrito do governo dos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. No entanto, segundo apuração do Estadão e confirmada por fontes do governo brasileiro, o visto inclui limitações de circulação impostas pelo governo Donald Trump.

Padilha deverá se restringir ao trajeto entre o hotel e os locais de reuniões oficiais, dentro de um perímetro de cinco quadras em Manhattan. A orientação também se estende a familiares que eventualmente o acompanhem.

O visto foi emitido na categoria G-2, destinada a membros de governos estrangeiros que participam temporariamente de eventos organizados por organismos internacionais nos EUA.

Decisão política e histórico com o Mais Médicos

A medida é vista nos bastidores como uma retaliação política, devido ao papel de Padilha na criação do programa Mais Médicos, durante o governo Dilma Rousseff, que contou com a participação de profissionais cubanos por meio de um acordo com Cuba — país alvo de sanções e restrições por parte dos EUA.

Em agosto, os EUA cancelaram os vistos da esposa e da filha de Padilha, reforçando o mal-estar diplomático. A autorização anterior do ministro já estava vencida, e sua renovação foi avaliada dentro do novo contexto político e diplomático.

Presença na ONU ainda indefinida

Apesar do visto ter sido concedido, Padilha ainda não confirmou presença na Assembleia Geral da ONU e na Conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), marcada para a próxima semana. Segundo o Ministério da Saúde, a prioridade no momento é a tramitação da medida provisória do programa “Agora Tem Especialistas”, mas há expectativa de que ele consiga compatibilizar a agenda.

Questionado no início da semana sobre a situação, o ministro reagiu com ironia, citando a música da cantora Luka:

“Tô nem aí.”

Foto: Roque de Sá / Agência Senado / Estadão

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