EUA cogitaram revogar vistos de presidentes da Câmara e do Senado, mas recuaram após pressão de aliados de Bolsonaro
Insatisfação com falta de apoio a pautas bolsonaristas e decisões do STF motivaram avaliação; impacto político no Centrão pesou na decisão final
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O governo dos Estados Unidos chegou a considerar a revogação dos vistos dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), segundo apuração da CNN Brasil. A medida, no entanto, foi descartada após intervenção de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro com influência junto à Casa Branca.
Fontes ouvidas pela emissora relataram que o governo americano avaliou o alto custo político que a medida poderia provocar nas relações com o Centrão e nas articulações com o partido de Bolsonaro. Entre os motivos da insatisfação estariam a paralisia das propostas de anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro e a postura dos presidentes do Congresso diante de recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
A tensão aumentou na última sexta-feira (18), quando Hugo Motta e Alcolumbre decidiram manter o “recesso branco” no Congresso, mesmo sob pressão da oposição, que pedia a retomada dos trabalhos legislativos após a imposição de novas medidas cautelares contra Bolsonaro. Parlamentares contrários ao recesso defendem que o Legislativo debata possíveis casos de abuso de autoridade.
Outro fator que teria acirrado os ânimos foi a recente decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que restaurou a validade do decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), revogado no governo anterior.
Apesar das pressões, o governo norte-americano optou por não avançar com a revogação dos vistos, mas segue atento aos desdobramentos políticos no Brasil e ao posicionamento dos líderes do Legislativo em relação aos temas de interesse da comunidade internacional.
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Fonte – CNN Brasil