Nordeste

Estudantes da UFRN protestam contra cortes na educação e alertam para risco de colapso nas universidades

Ato está marcado para quinta-feira (29); alunos criticam decreto do governo Lula que limita repasses e pode afetar serviços básicos

Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) convocaram um protesto para a próxima quinta-feira, 29 de maio, contra os cortes no orçamento das universidades federais. A mobilização tem como alvo o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que altera o cronograma de repasses de verba para as instituições e tem gerado apreensão entre alunos e reitores.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, os estudantes denunciam a possibilidade de paralisação dos serviços essenciais. “Você já imaginou a UFRN fechando as portas por não ter dinheiro para pagar a conta de energia?”, questionam. Eles também alertam para atrasos no pagamento de bolsas e até risco de desabastecimento de água nos campi.

O cartaz de divulgação do ato traz o slogan: “Pelo fim do decreto do apagão e pelo fim do arcabouço fiscal”, em crítica ao novo marco fiscal do governo federal.

O que mudou

A insatisfação atinge universidades de todo o país. Na semana passada, o governo federal editou um decreto que muda a forma como o orçamento é repassado às instituições. Antes, os valores eram distribuídos mensalmente. Agora, os recursos serão enviados em três etapas, com grande parte concentrada nos meses de novembro e dezembro.

A mudança compromete o funcionamento regular das universidades, que alegam não conseguir arcar com despesas básicas como contas de luz, água, funcionamento de restaurantes universitários e bolsas estudantis.

Em nota, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), que representa as 69 universidades federais brasileiras, foi enfática: “Limitar a execução mensal e liberar parte do orçamento somente em dezembro inviabiliza a continuidade das atividades”.

A decisão do governo Lula gerou críticas também nas redes sociais. Um internauta comentou: “Imaginem se algo semelhante estivesse acontecendo no governo de Jair Bolsonaro. Já teria começado a terceira guerra mundial”, em referência ao tom mais contido das reações públicas.

O protesto da UFRN se soma a uma onda nacional de insatisfação no setor da educação, que pressiona o governo a rever a medida para evitar um apagão nas universidades públicas.

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