Estreia de Luiz Fux na Segunda Turma do STF tem recepção com indiretas de Gilmar Mendes e sinaliza novos embates

O ministro Luiz Fux estreou nesta terça-feira (11) na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedir transferência da Primeira Turma, onde vinha ficando isolado em votações e sofrendo críticas de colegas por posições ligadas à trama golpista e à Operação Lava Jato.
Logo no primeiro dia, Fux foi recebido com um discurso repleto de indiretas pelo presidente do colegiado, Gilmar Mendes, um dos principais críticos da Lava Jato. Gilmar afirmou que a Segunda Turma tem sido “comprometida com a defesa das garantias individuais contra o autoritarismo penal ardilosamente forjado nos anos de auge da Lava Jato”.
Em tom de crítica, Gilmar classificou como “estado de exceção permanente” as prisões preventivas prolongadas e outras medidas excepcionais usadas durante a operação, e exaltou a decisão que, em 2021, declarou o ex-juiz Sergio Moro suspeito, dizendo que ela revelou “a conversão do aparato de justiça em instrumento de um projeto político”.
Apesar das farpas, Gilmar encerrou o discurso elogiando Fux por sua “trajetória e produção acadêmica”. Em resposta breve e diplomática, Fux afirmou que pediu a transferência por admirar a jurisprudência da Segunda Turma e declarou: “Vim para agregar, embora possamos ter eventualmente não discórdias, mas dissensos”.
A estreia, no entanto, sinaliza que os embates internos entre ministros do STF devem continuar, agora em novo cenário.
Foto: Gustavo Moreno/STF

