Efraim rompe de vez com Lula e disputa comando da nova federação União Progressista na Paraíba
Senador paraibano se alinha ao bolsonarismo, mira governo estadual em 2026 e quer controlar federação formada por União Brasil e Progressistas

O senador Efraim Filho (União Brasil) selou seu afastamento político do presidente Lula (PT) ao defender abertamente que a nova federação de seu partido com o Progressistas (PP) assuma uma postura de oposição ao governo federal. O movimento ocorre após Efraim firmar parceria com o PL, partido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mirando a eleição para o governo da Paraíba em 2026 com apoio do campo bolsonarista.
“O palanque da federação em 2026 não será para Lula. Pode ser para Bolsonaro, Michelle, Tarcísio ou outro nome, mas não para Lula”, declarou o senador, alinhando-se à orientação do presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, e ao projeto de rompimento com o governo petista.
O senador ainda revelou a intenção de assumir o comando da federação na Paraíba, atualmente em disputa com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP). “Tenho paciência, habilidade e estratégia. Acredito que ficaremos no comando pelo alinhamento com o projeto nacional”, afirmou Efraim.
Divergência interna
Apesar do posicionamento de Nogueira e de Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil, a federação enfrenta resistência interna à ruptura com o Planalto. O senador Davi Alcolumbre (União-AP) defende a permanência do partido na base governista.
Aguinaldo Ribeiro, por sua vez, tenta evitar a politização antecipada da federação e quer que a disputa pelo comando estadual seja decidida já na quarta-feira (20/08), um dia após a oficialização da união. Efraim preferia adiar a definição para 2026, mas afirmou que aguardará o prazo: “Prazo quem deu foi Aguinaldo. Vamos esperar o dia 20 chegar.”
Federação União Progressista (UPb)
A nova federação “União Progressista (UPb)”, formada por União Brasil e Progressistas, será oficializada na próxima terça-feira (19/08). Ela nasce com a maior bancada da Câmara, somando 109 deputados federais, além de 15 senadores, 12 mil vereadores, 1.350 prefeitos e 1.200 vice-prefeitos.
Embora o número seja expressivo, são esperadas desfiliações pontuais, além da entrada de novos quadros. A disputa entre Efraim e Aguinaldo na Paraíba pode ser o primeiro grande teste da coesão interna da nova federação.