Brasil

Eduardo Bolsonaro diz estar disposto a “ir às últimas consequências” contra Alexandre de Moraes

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou, em entrevista à BBC News Brasil nesta quarta-feira (13), que pretende “ir às últimas consequências” para retirar do poder o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Durante a conversa, realizada em Washington (EUA), Eduardo chamou Moraes de “psicopata”, “mafioso” e “bandido”, classificou o Brasil como uma “ditadura” e alegou que ele, o pai — ex-presidente Jair Bolsonaro — e apoiadores sofrem perseguição política. O parlamentar também acusou o ministro de influenciar decisões do Congresso Nacional e afirmou que a esposa de Moraes deveria ser investigada por suposto enriquecimento ilícito.

Segundo Eduardo, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), “estão no radar” do governo norte-americano e podem ser alvos de sanções caso não avancem com projetos como o da anistia aos condenados nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o processo de impeachment de Moraes.

“Eu estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder. Se depender de mim, vamos continuar dobrando a aposta até que a pressão seja insustentável e as pessoas que sustentam Moraes o abandonem”, disse.

Atualmente vivendo no Texas (EUA) com a esposa e dois filhos, Eduardo chama a estadia de “exílio” e afirma manter articulações para incentivar sanções do governo Trump contra autoridades brasileiras — movimento iniciado ainda durante seu mandato.

Na última quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revogou o visto de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e de um ex-funcionário do governo brasileiro — a primeira autoridade do governo Lula a sofrer essa punição. Eduardo comemorou a medida nas redes sociais, agradecendo ao ex-presidente Donald Trump e a Rubio.

O deputado licenciado é investigado pelo STF por supostamente atuar para incitar o governo norte-americano a adotar medidas contra Moraes. O inquérito apura os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de direito.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

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