Declaração de Netanyahu reacende suspeitas sobre suposta cooperação nuclear entre Brasil e Irã

Em entrevista à emissora americana Fox News, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que um país ocidental teria colaborado clandestinamente com o Irã no fornecimento de urânio, favorecendo o avanço do programa nuclear iraniano. A declaração, feita sem citar nomes, acendeu um alerta na comunidade internacional e reacendeu suspeitas sobre o Brasil, especialmente em razão de episódios recentes e históricos de aproximação com Teerã.
A autorização dada pelo governo brasileiro em 2023 para a atracação de dois navios de guerra iranianos no Rio de Janeiro, mesmo com sanções impostas pelos Estados Unidos, já havia gerado críticas e desconfiança no Ocidente. O episódio foi interpretado como uma possível sinalização diplomática de apoio indireto ao regime dos aiatolás.
A menção de Netanyahu ocorre em um momento delicado, com o Irã já acumulando material suficiente para produzir até dez armas nucleares, segundo relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Internautas nas redes sociais levantaram hipóteses — ainda sem qualquer comprovação — de que os navios iranianos teriam servido de canal para transporte de urânio ou tecnologia sensível.
Outro episódio que voltou ao centro do debate foi a Declaração de Teerã, assinada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que buscava mediar um acordo entre Irã, Turquia e potências ocidentais sobre o programa nuclear iraniano. A iniciativa foi recebida com ceticismo por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.
Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre as falas de Netanyahu. O silêncio tem sido interpretado por analistas como estratégia de contenção, mas também tem levantado críticas por parte da oposição e da imprensa internacional, que cobram esclarecimentos rápidos.
Se alguma forma de envolvimento brasileiro for confirmada, o país poderá enfrentar sanções internacionais, prejuízos econômicos e danos significativos à sua imagem diplomática. Enquanto isso, cresce a expectativa por uma resposta oficial do Palácio do Planalto para esclarecer o posicionamento do Brasil diante das alegações.