Copom deve manter juros em 15% ao ano, apontam economistas do mercado financeiro

O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne nesta quarta-feira, dia 10, com a expectativa de manter a taxa Selic em 15% ao ano, nível que permanece inalterado há três decisões consecutivas e representa o maior patamar dos últimos vinte anos. A decisão oficial será divulgada após as 18h.
A maioria dos analistas do mercado financeiro já não aposta no início do ciclo de cortes em janeiro. O cenário predominante indica redução apenas a partir de março, quando a Selic poderia recuar para 14,5% ao ano, caso haja espaço dentro das projeções de inflação.
O Banco Central orienta suas decisões pelo sistema de metas. Com a meta contínua fixada em 3% desde o início de 2025, o objetivo é considerado formalmente cumprido se o índice variar entre 1,5% e 4,5%. A instituição avalia não a inflação passada, mas as projeções para os próximos trimestres, levando em conta que os efeitos de mudanças na Selic demoram de seis a dezoito meses para se refletirem na economia. Atualmente, o foco já está nos indicadores esperados para o segundo trimestre de 2027.
As estimativas do mercado para a inflação permanecem acima da meta central, com projeções de 4,40% em 2025, 4,16% em 2026, 3,8% em 2027 e 3,5% em 2028. Esse quadro, somado ao ritmo ainda aquecido da atividade, tem reforçado a postura prudente do Banco Central.
Mesmo indicando sinais de moderação, a economia continua operando acima do seu potencial, segundo a ata da última reunião do Copom. Essa desaceleração gradual é considerada parte da estratégia para reduzir pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços.
Instituições financeiras como Itaú, C6 Bank e Blue3 concordam que a Selic deve permanecer estável neste encontro. As análises destacam que, embora a inflação corrente mostre melhora, a combinação de risco fiscal, projeções ainda elevadas e mercado de trabalho pressionado ainda impede uma flexibilização imediata.
O tom do comunicado pós-reunião é considerado decisivo para indicar quando um eventual ciclo de redução poderá começar. Para o mercado, o corte inicial tende a ocorrer apenas em 2026, de maneira lenta e cautelosa.

