Esconderijo de chefe do Comando Vermelho é descoberto, mas “Doca” foge da polícia no Rio
Edgard Alves de Andrade, o “Doca” ou “Urso”, é apontado como principal liderança da facção no Complexo da Penha e suspeito de mais de 100 assassinatos

O traficante Edgard Alves de Andrade, conhecido como “Doca” ou “Urso”, principal alvo da Operação Contenção deflagrada na terça-feira (28), segue foragido, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Apontado como um dos líderes máximos do Comando Vermelho (CV), o criminoso escapou antes da chegada das equipes ao seu esconderijo, localizado no Complexo da Penha, zona norte da capital fluminense.
De acordo com o Estadão, o refúgio de Doca ficava em uma área de difícil acesso chamada “Cabaré”. Batizado de “Toca do Urso” pelos comparsas, o local era protegido por vigias armados que se revezavam em turnos de 24 horas para garantir a segurança do chefe.
Mensagens, áudios e fotos anexados ao inquérito mostram o nível de organização e vigilância da facção. Em um grupo de WhatsApp, um dos auxiliares de Doca determinava que ninguém poderia entrar armado na casa e que dois seguranças seriam responsáveis por monitorar a entrada.
As investigações também revelaram que o Comando Vermelho utiliza drones equipados com câmeras térmicas e visão noturna para monitorar as favelas e detectar ações policiais. O esconderijo de Doca também funcionava como depósito de drogas, armas e centro de contabilidade da organização criminosa.
O “chefão” da Penha
Natural de Pernambuco, Doca é considerado um dos criminosos mais perigosos e procurados do Rio de Janeiro. Ele é investigado por mais de 100 assassinatos, incluindo execuções de crianças e desaparecimentos de moradores, e aparece citado em 329 inquéritos policiais desde 2003.
Em outubro de 2023, o traficante foi apontado como mandante do atentado que matou três médicos e deixou um ferido na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. As vítimas, segundo a polícia, foram confundidas com milicianos.
Apesar da descoberta do esconderijo, o paradeiro de Doca ainda é desconhecido. As buscas continuam concentradas em áreas dominadas pelo Comando Vermelho. O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à captura do traficante.

