Brasil

CEO do Itaú rebate Haddad e diz que bancos preferem juros baixos: “É bom para todos”

Milton Maluhy Filho afirma que juros altos elevam inadimplência e reduzem o crescimento; executivo projeta início de corte da Selic no começo de 2026.

O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, rebateu as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que os bancos estariam pressionando o Banco Central a manter os juros elevados. Segundo o executivo, essa é uma percepção “equivocada”, já que o setor financeiro se beneficia mais de um ambiente de juros baixos.

“É uma percepção equivocada, que já esclarecemos inúmeras vezes, de que os bancos preferem juros maiores”, afirmou Maluhy, em entrevista coletiva. “No fundo, juros baixos são estruturalmente bons para todos. É nesse cenário que os bancos crescem mais.”

O executivo destacou que a manutenção de juros altos pressiona a inadimplência e limita o crescimento da carteira de crédito, já que a renda das famílias é comprimida.

Cortes de juros à vista

Maluhy projetou que o Banco Central deverá iniciar os cortes na taxa básica de juros no início de 2026, encerrando o ano com a Selic em 12,75%. “Acreditamos que haverá sim espaço para cortes”, disse.

Economia e crédito

O CEO avaliou que a economia brasileira deve desacelerar em 2026, reflexo da política monetária restritiva. Ainda assim, o Itaú deve manter crescimento em segmentos de clientes mais resistentes ao ciclo econômico.

“O balanço do banco está muito protegido, muito bem provisionado, e vamos entrar em 2026 com solidez enorme”, destacou Maluhy.

Ele também descartou a possibilidade de uma crise de crédito (“credit crunch”) para empresas, apesar das dificuldades enfrentadas por algumas grandes companhias. “Não vemos um cenário de crise de crédito. Há companhias com mais dificuldades que outras, mas o sistema segue sólido”, afirmou.

O Itaú manteve a projeção do custo do crédito entre R$ 34,5 bilhões e R$ 38,5 bilhões em 2025, com resultado esperado próximo ao centro desse intervalo.

📎 Redação com informações do Estadão e CNN Brasil

Foto: Fábio Vieira/Estadão

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