Brasil

Carta de Ibaneis a Trump rebate críticas e defende segurança em Brasília

Governador do DF responde declarações do ex-presidente dos EUA, que citou a capital brasileira como uma das cidades mais violentas do mundo

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), enviou uma carta ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (12), após declarações em que o republicano classificou Brasília como uma das cidades mais violentas do mundo. O documento foi encaminhado à Embaixada dos EUA em Brasília e também critica a atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Trump, ao justificar uma intervenção federal na segurança pública de Washington, disse que a criminalidade na capital americana superou a de cidades como Brasília, Bogotá, Cidade do Panamá e Bagdá, referindo-se a elas como os “piores lugares do mundo”. Em resposta, Ibaneis afirmou que a percepção do ex-presidente é “equivocada” e “não reflete a realidade da capital brasileira”.

Na carta, o governador destacou que Brasília registrou uma taxa de 6,9 homicídios por 100 mil habitantes em 2024, a terceira menor entre as capitais brasileiras, segundo o Atlas da Violência do Ipea. Ibaneis atribui os índices à autonomia do DF na condução de sua política de segurança, ao investimento em tecnologia, e à integração das forças policiais.

O governador ressaltou ainda que sua gestão é de centro-direita e independente do Governo Federal, o que, segundo ele, garante uma atuação “sem viés ideológico” e com foco em resultados concretos. Ele afirmou que adota uma política de “lei e ordem”, alinhada à visão defendida por Trump.

Além da área de segurança, Ibaneis mencionou políticas sociais voltadas à população em situação de rua, como o Plano de Ação Distrital e o programa Acolhe DF, além de medidas de acolhimento, qualificação profissional e auxílio financeiro emergencial.

O governador também defendeu maior aproximação diplomática entre o Brasil e os EUA, criticando a postura do governo Lula nas relações internacionais. Ele afirmou que “interesses geopolíticos e comerciais devem estar acima de divergências político-partidárias” e relatou que promoveu encontros com outros governadores para reforçar a necessidade de diálogo com o governo norte-americano.

A carta, além de defender a imagem de Brasília, é também um movimento político de Ibaneis para se diferenciar do governo federal e reforçar seu alinhamento com setores mais conservadores da política internacional.

Foto: Brenno Carvalho

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