Câmara se organiza para retomar votações após motim liderado por oposição
Proposta que amplia isenção do IR poderá ser votada nesta semana; deputados envolvidos em protesto serão analisados pela Corregedoria

Após a paralisação dos trabalhos legislativos causada por um motim que durou cerca de 36 horas, a Câmara dos Deputados se prepara para retomar as votações nesta semana. O presidente da Casa, Hugo Motta, convocará uma reunião com os líderes partidários nesta terça-feira (12) para definir a pauta.
Entre os temas prioritários está o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais, reduz parcialmente o tributo para quem ganha até R$ 7 mil e eleva a alíquota para rendimentos acima de R$ 600 mil. A proposta já foi aprovada simbolicamente em comissão especial, mas teve sua votação em plenário adiada devido à ocupação da Mesa Diretora por parlamentares da oposição.
O protesto, liderado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, teve como pautas a prisão domiciliar do ex-presidente e o pedido de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Hugo Motta, no entanto, negou qualquer negociação com a oposição para encerrar o motim: “A presidência da Câmara é inegociável”, declarou.
Na sexta-feira (8), Motta encaminhou à Corregedoria da Casa as denúncias contra os deputados envolvidos no episódio. O corregedor Diego Coronel (PSD-BA) deve concluir a análise das imagens até quarta-feira (13), antes de repassar os pareceres ao Conselho de Ética.