Câmara aprova cancelamento digital de contribuição sindical com apoio majoritário da bancada paraibana
Votação contou com apoio de oito deputados da Paraíba; medida agiliza fim da cobrança e enfrenta críticas de sindicatos

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (10), uma proposta que permite aos trabalhadores cancelar a contribuição sindical de forma digital, por meio de plataformas como o Gov.br ou diretamente nos sites dos sindicatos. A medida visa eliminar entraves burocráticos e reforça a liberdade individual dos trabalhadores de optarem pela contribuição ou não.
A emenda, de autoria do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), foi aprovada por 318 votos a 116, em votação que dividiu opiniões e gerou protestos de entidades sindicais. O texto é parte do projeto de lei do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que trata de diversas questões trabalhistas.
Como votou a bancada paraibana
A emenda recebeu apoio maciço da bancada federal da Paraíba. Votaram a favor do cancelamento digital os deputados:
- Aguinaldo Ribeiro (Progressistas)
- Cabo Gilberto (PL)
- Damião Feliciano (União Brasil)
- Mersinho Lucena (Progressistas)
- Romero Rodrigues (Podemos)
- Wellington Roberto (PL)
- Murilo Galdino (Republicanos)
- Ruy Carneiro (Podemos)
Votaram contra a proposta os deputados Gervásio Maia (PSB) e Luiz Couto (PT). O deputado Wilson Santiago (Republicanos) se absteve da votação.
O que muda
Com a aprovação, os sindicatos serão obrigados a disponibilizar ferramentas digitais para que trabalhadores realizem o pedido de cancelamento da contribuição. O prazo máximo de resposta é de 10 dias úteis. Se não houver retorno, o cancelamento será considerado automático.
Além disso, o texto revoga trechos do Código de Propriedade Industrial relacionados ao direito de empregadores sobre invenções feitas por trabalhadores durante o vínculo empregatício.
Reações
Sindicatos e centrais sindicais criticaram duramente a decisão, alegando que a medida enfraquece as entidades representativas e compromete o financiamento de suas atividades. Já os defensores do projeto afirmam que se trata de um avanço na desburocratização e na liberdade de escolha dos trabalhadores.
O projeto agora segue para análise do Senado Federal.