Cabaceiras, no Cariri Paraibano, conhecida como a Roliúde Nordestina, ganhou novamente destaque internacional ao ser tema de uma reportagem especial do The New York Times. A matéria, assinada pela jornalista Ana Ionova, apresenta um panorama aprofundado sobre a tradição audiovisual da cidade, o impacto econômico das produções e os desafios atuais do município.
Com pouco mais de cinco mil moradores e marcada pela paisagem árida, Cabaceiras abriga no alto de um morro o emblemático letreiro Roliúde. O município já foi cenário de mais de cinquenta produções desde 1929, entre elas o clássico O Auto da Compadecida e a série Cangaço Novo. Segundo o jornal americano, as gravações representam uma importante fonte de renda para a comunidade, que participa como figurante, aluga casas e oferece serviços. A remuneração pode variar de cerca de trinta dólares por um papel sem fala a quase trezentos dólares por uma fala curta, valor superior ao salário mínimo brasileiro.
O texto também destaca que mudanças climáticas e transformações tecnológicas do setor audiovisual desafiam a continuidade desse ciclo criativo em uma região historicamente atingida pela seca. A Embratur reforçou o potencial da cidade no turismo audiovisual, indicando Cabaceiras como um dos destinos mais promissores do País nesse segmento.
Para Ferdinando Lucena, presidente da PBTur, o interesse do The New York Times representa uma oportunidade de mostrar ao mundo a força cultural do Cariri e o impacto econômico das produções, que movimentam pousadas, restaurantes, transporte, artesanato e outros serviços. A secretária estadual de Turismo, Rosália Lucas, afirmou que o reconhecimento internacional reforça o valor criativo da Paraíba e consolida o estado como referência no setor.
A reportagem ressalta que, mesmo diante das mudanças climáticas e tecnológicas, Cabaceiras continua a afirmar sua identidade cultural e turística. O município mantém viva a tradição cinematográfica e permanece como um cenário onde o sertão se transforma em espaço de grandes histórias.
